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Mostrando postagens de 2020

Saudade... A mais brasileira das palavras.

Dentro de uma gama variada de sentimentos, há um tão profundo, interno e desconcertante chamado saudade. Uma ferramenta da alma que, desejável, ou não, tem a função de nos aproximar das pessoas ausentes, pois é na saudade que revisitamos o outro que se foi. Saudade é a verificação da permanência do outro em nós. É um reencontro com o passado. Uma retificação da memória. Um situar-se no meio do que foi, e não é mais. É o que deixou de existir. Saudade é medida do tempo. É o tempo mais circular que retilíneo. É o passado vivo no presente. Um sentimento de significados múltiplos, individual e intimista. Saudade é o que tenho sentido ao longo dos últimos meses. Uma sensação de que, o que se perde, não desaparece. E nesse sentido se estabelece essa relação estrutural-temporal, onde percebo a construção de diferentes tempos.  Os tempos de memórias, cujas bases são a dimensão afetiva, sobretudo a saudade, e também os rituais, ou seja, as datas comemorativas. Sei que essa ligação, es

Nada é “para sempre”

Partindo da certeza de que a morte não combina com nada, e quando confrontada com o amor, a incompatibilidade se torna insuperável. Somo a isso, minha vontade de vida, as sensações incomparáveis que ela me causa, e tenho motivos suficientes para objetivar a continuidade desses prazeres, mesmo sabendo que isso pode ser um tanto egoísta, pois quando buscamos que tudo "seja para sempre", buscamos também que aqueles que amamos estejam sempre a nossa disposição, assim como o mobiliário de nossas vidas, como os objetos que conhecemos, usamos e vemos todos os dias. Mas não é bem assim. O amor, esse intrincado mecanismo de moer vontades, desejos, sonhos e esperanças, e onde a aposta é alta, e as garantias são poucas, principalmente naquilo que preguiçosamente denominamos felicidade, nunca é para sempre. Mas saber isso não basta. É preciso viver a realidade sabendo que nada surge livre da dor. Por isso, de nada adianta usar de artifícios com medo da rejeição, perda e frustração.   I

Inaugurando uma nova vida.

  Quando em outubro de 2015, ainda no Uruguai, considerei a possiblidade de viver em Buenos Aires, duas forças muito claras me impulsionavam, e as duas tinham raízes em emoções contrárias:  alegria e  medo. O que é compreensível, porque, para além de toda a sedução que possa haver no contexto que envolve uma vida que está por inaugurar-se, há também uma vida que, até então, não existia. O projeto levou apenas um mês para se tornar realidade, e concretou-se, de fato, em três dias, o tempo necessário para arrumar as malas e viajar. É curiosa a capacidade do ser humano de adaptar-se ao meio, às pessoas e situações. Estava em Buenos Aires há poucos dias, mas já conseguia estabelecer uma rotina diária, movendo-me pelo entorno com muita intimidade. E foi com muitas sensações no peito, e ideias na cabeça, que dei inicio ao meu projeto. E sabe quando você se depara com algo tão bom e interessante, que se pergunta: “Por que não pensei nisso antes?”  Só que nem sempre é fácil lidar com tanta

Argentina acolhe e hospeda a felicidade em mim.

  Finalmente você chegou. Posso senti-la nesse processo pessoal que venho me confrontando nos últimos cinco anos, e que pretendo me confrontar para o resto de minha existência. Não foi tarefa fácil encontrar-te, felicidade, mas sempre soube que te queria para mim. Quando menina frequentava uma escola da rede estadual de ensino primário bem próximo a minha casa. Me lembro de uma tarde, quando fazíamos um trabalho em grupo e a professora nos reuniu em quatro carteiras em frente à janela.   Distraída eu não conseguia interagir com os colegas e manter atenção no trabalho, haviam coisas mais interessantes no meu entorno para observar. Aclaro: Eu não era uma estudante problemática, porém minha cabeça andava vagando desde que havia descoberto os pesados volumes de uma enciclopédia chamada “Os Pensadores”, que minha mãe havia comprado, certamente motivada pela insistência da vendedora que, dia sim, dia não, batia a nossa porta para vendê-la. E o motivo da minha distração era o movimento da

Quais os caminhos possíveis a um percurso leve e feliz?

  Quais os caminhos possíveis que levam a um percurso leve e feliz? Schopenhauer em uma de suas máximas, refere que o simples querer e poder não são suficientes para cumprir algo de bom. Para isso é necessário saber o que se quer, e o que se pode ter. E assim é. Olhar a realidade despida de ilusão e ignorância é colocar em prática a máxima acima. Sem as distorções que muitas vezes fazemos para manter a ordem e o conforto, é necessário que mantenhamos uma postura ética e moral frente à vida, porque os caminhos que nos conduzem a um percurso leve e feliz não passam necessariamente por um estado idílico e harmonioso, um nirvana, mas sim, por uma luta diária, sangrenta e bárbara, que muitas vezes covardemente queremos fugir. Quando enxergo o que em mim sangra e faz doer, é justamente aí onde encontro o que realmente me move a favor da vida. O que me dá rumo certo e direciona a minha existência. É na brevidade e efemeridade que acrescentam encanto ao viver, que me agarro e tento sobrevi

Escrever, uma cons­ciente e compreensível necessidade de narrar.

  Como quem cultiva uma terra árida, sim, às vezes é um negócio difícil escrever o que me ocorre, principalmente quando necessito ultrapassar o vazio da página em branco, conceder vida e liberdade para que as palavras fluam e encontrem seu verdadeiro significado e forma. Porém, desafiador é reconstruir os acontecimentos anteriormente entendidos como fidedignos pela atividade do lembrar, já que o entendimento do passado e realidade pode ser maleável, conforme a minha maneira de lembrar, às vezes me mostrando duas ou mais percepções de um mesmo acontecimento.  Porque essa reconstrução fidedigna do passado se desfaz no momento em que a memória involuntária surge por um gatilho, ou seja, através de um cheiro ou uma rua qualquer, por exemplo. Libertada essa memória por si mesma, sem o controle daquilo que quero lembrar, e em meio a essa disputa entre o lembrado e o vivido me pergunto: O que buscar e trazer? E o que deixar e esquecer? Antes de se tornar escrita a narrativa é vida. E apesar

Do Jeito De... Narrativas e Fragmentos Autobiográficos.

  A vida de cada um de nós é uma espécie de empilhamento. São camadas possíveis que fundamentam a vida, e na minha não poderia ser diferente. Os textos que escrevi até aqui são uma recopilação de textos que havia publicado no blog anterior, cujo nome segue sendo o mesmo. Aqui comparto minhas experiências vividas desde janeiro de 2015, um divisor de águas em minha vida. Depois de ter vivido a experiência do fracasso e testemunhar a frágil construção do meu conto de fadas desabar como um castelo de cartas, estar mais velha e menos ansiosa, mais equipada emocionalmente para essa nova caminhada, surge agora essa necessidade de trabalhar os mesmos textos, porém com o vigor de uma nova mirada e o frescor de novas interpretações.   Penso que trago um pouco mais de luz aos matizes sombrios de alguns textos originais – os fantasmas que se despregavam das palavras e continuamente me assombravam, a criança ferida, presa em um passado dolorido, a mulher em lascas despedaçando-se entre a rejeiç

Mi Buenos Aires querido.

Aquele terá sido nosso último encontro, e jamais se repetirá no mesmo contexto,  com a mesma emoção. Acabava-se num fim de tarde de domingo, quando o sol também nos abandonava, tudo o que um dia havíamos sido ou pensávamos haver sido: Amigas. O nosso sempre foi um sentimento frágil, ameaçado e de fim certo, pois no fundo sabíamos que um dia se daria.  Até pouco tempo atrás eu teria dito que Uruguai era casa, porque me ocorreu ficar e tocar a vida desde lá, solução ao menos temporária para as incontáveis dúvidas de onde e como recomeçar. Porém, numa primaveril manhã de novembro de 2015, com um magnifico céu estampado de azuis, onde nuvens corrediças passavam em projeções, desembarco no terminal do Buquebus em Buenos Aires, vinda de Montevideo. País de meus ascendentes, de onde trago ensinamentos, hábitos, histórias e traços culturais, Argentina é também lugar que reverbera a nostalgia do último abraço em meu amado avô Benjamim - lembro que em uma frase curta meu mundo ruiu: "Se

Uruguai, não sabia que doerias tanto.

Deixo o sul do Brasil, e parto em direção ao Uruguai. O convite de uma amiga dos tempos de adolescência e colega de escola, hoje radicada naquele país, muda temporariamente meus planos - havia voltado ao Brasil para dar um tempo, reencontrar os familiares e refletir sobre a escolha do próximo passo, ainda que com os pés virados para trás.   Há quem acredite, e defenda com veemência, que só se conhece um lugar quando se está nele. Quando se viaja até ele. E é comum escutar as pessoas dizerem: “Estive em tal lugar”, portanto o conheço. Mas eu discordo. Uma experiência turística, de poucos dias, não confere conhecimento ao lugar. Para conhecer é preciso viver. Dar as caras no convívio cotidiano.  E o mesmo deveria aplicar-se as pessoas, pois também se faz necessário tempo e convivência para conhecê-las.   Nessas condições podemos nos dar conta de quanto nós, humanos, somos capazes de uma variedade enorme de bondades e maldades. Nos faz conhecer e refletir sobre a vulnerabilidade humana

De volta ao começo - Dois momentos de um mesmo lugar.

Depois de nove horas de um turbulento voo de Nova Iorque a São Paulo, onde faço uma conexão a Porto Alegre, chego finalmente acompanhada de um conjunto de sintomas físicos de crescente intensidade: Cansaço, um sono suspenso graças ao incomodo das horas de voo e a espera na conexão que obviamente não saiu no horário, e somado a isso uma fome que me consome.   Desembarco, apanho minhas malas e sigo para o desembarque, onde uma prima e seu marido me esperam.   De Porto Alegre nos dirigimos a Novo Hamburgo, cidade onde nasci - para aquele de gosto menos exigente pode até ser um bonito lugar. Li alguma vez que levamos conosco a imagem do lugar ideal, do único e verdadeiro lar. No meu caso esse não seria o lugar. Mas não há como negar. Ao voltar à cidade onde cresci, fui forçada a parar, sustentar o ar e deixá-lo brotar como se inspirasse pela primeira vez. Tal qual como no dia em que nasci. Exatamente ali. Algumas pessoas têm lugares no plural. Ou seja, lares no plural. Eu por exemplo.

De volta ao Brasil - Aperfeiçoando a arte de não agradar a todos.

Nesse momento estou em um voo noturno de Nova Iorque a Porto Alegre, depois de cinco meses viajando pelos Estados Unidos. Finalmente as luzes se apagam e todos se acomodam para dormir, o que para mim é praticamente impossível, pois me sinto tremendamente desconfortável neste espaço tão reduzido - e nunca falta aquela pessoa que invade o espaço alheio no intento frustrado de se acomodar. Sem conseguir dormir abro meu computador e revejo imagens. São fotos dos muitos lugares por onde andei e as pessoas que por lá conheci. Viajar é um deslocamento, um afastamento da zona de conforto, mas também uma reaproximação de nossa própria subjetividade. O que posso aprender e descobrir a meu respeito quando mudo de lugares habituais e modifico minhas referências? O que resta da minha identidade quando são suprimidos vínculos sociais, comunitários e me vejo sozinha, ou quase, num ambiente que desconheço? O que resta do meu ser quando se subtraem os apêndices gregários? Quando não sabemos para on

É possível ser feliz no exílio?

O que posso redesenhar com sentido a partir do novo? Como lidar com o que vem depois? Como consigo me manter de pé diante da perda latente de identidades familiares, casa, pátria e sonhos que tive que abandonar? Como lidar com a dificuldade em conviver com os momentos congelados, quando o passado nem sempre passa, e reaparece feito um pesadelo recorrente e abarrotado de fantasmas?   Essas são algumas perguntas que me ocorre quando algum desavisado me pergunta como me sinto, e como tenho convivido com minhas escolhas desde que deixei o Brasil. Somente um sujeito tonto, tipo aquele que anda pela rua observando o vento sem olhar para os lados antes de cruzar o sinal, poderia fazer semelhante pergunta. É pergunta que não se faz, simplesmente porque o assunto é íntimo e privado. E na intimidade de sua privacidade deveria ficar. E mesmo que eu quisesse responder, não saberia por onde começar, quando o sentimento de jamais ser compreendida me invade. E não porque eu não possa relatar os fat

Fui...

“Breakfast“? Era a voz da comissária ao me despertar naquela amanhã, quando faltava menos de uma hora para aterrissarmos em Miami. Escutei a pergunta com a audição de quem, perdido entre sonhos é incapaz de decifrar se a voz vinha do lado de dentro ou de fora dos meus ouvidos. Eu não tinha fome. Sequer havia tocado na comida oferecida no jantar. Enfim, a sorte estava lançada. E ali estava eu, em posse da firmeza da decisão e a valentia da ação. Finalmente havia fechado um ciclo. Mas não era o fim. Nada estava encerrado nem acabado. Ao contrário. No momento em que tocasse terra outros questionamentos surgiriam. Outros caminhos se abririam. Inseguros, imprevisíveis, incertos. Porque assim é a vida. Cheia de imprevisibilidades, limitações e restrições, mas também de infinitas possibilidades, desejos e  realizações.  Eu poderia calmamente me acomodar e esperar a velhice chegar, afinal, a vida de casada me proporcionava meios e condições para isso, porém, minha relação com o mundo sempr

A ruptura - Onde tudo começou.

E a ruptura chegou. Me despedi com um misto de alegria e tristeza do que, até então, conhecia como casa e todo o sentimento de inadequação.   Saí de mãos e alma vazias - exatamente nessa ordem. Foi o que me coube ao terminar e começar uma nova vida. Parece pouco? Se pensarmos a partir do olhar de quem observa à distância e julga, ou para quem parece impossível evitar a tentação em alguma medida, até pode ser. Mas sorte a minha que já havia entendido que as intenções e opiniões não contam. O que conta é o que alguém realiza. Isso sim. Porque para mim era a libertação. Já não me interessava pelas coisas que somente têm valor a partir da necessidade social que lhes é conferida. Me interessava agir e não possuir. Por isso, a desistência de todas as coisas materiais foi feita de modo discreto, assim como as tantas vidas que surgem e desaparecem sem ninguém notar. Mas não se engane. Não sou uma pessoa virtuosa, tão pouco fiz votos de pobreza. Ao contrário, penso em ter uma vida próspera e fe

Que seja infinito (somente) o que nos faz bem.

Ainda sob os efeitos do ocorrido naquela manhã em meu jardim, decidi enveredar por um caminho sem volta. Embora soubesse que poderia ser perigoso continuar, ainda assim, me sentia tomada por um forte desejo de prosseguir, mesmo sabendo que em algum momento a caminhada poderia dar lugar a uma trilha estreita, cercada muitas vezes por árvores e arbustos espinhentos, onde, sem dúvida, em algum momento poderia me ferir. Porém, me propus a seguir, porque nunca duvidei que, em algum momento, haveria uma enorme clareira a minha espera. A experiência vivida naquela manhã de primavera foi, sem dúvida, o inicio de dias bem mais interessantes em minha vida, que até então, era pacata, e de solitária existência. Um novo tempo se iniciava ali, e isso, por si só, já valia todos os riscos. Porque cedo ou tarde, chega o momento em que não dá mais, e tudo aquilo que era silêncio encontra uma saída, tornando-se voz. Momento em que a ruptura deixa de ser uma ideia, e passa a ser uma realidade. E foi o que

O chamado.

Ainda que a contragosto, me despertei. Olhei o relógio e marcava seis da manhã. Horário que eu considerei impróprio para qualquer coisa, principalmente para despertar em pleno domingo. O silencio pesou em seguida. Nos últimos meses havia me afastando tanto daquele lugar, que agora olhava aflita as paredes, assim como quem procura no rosto de um antigo amante o rastro do que um dia lhe pertenceu. Não havia vontade de sair. Só queria dormir. Mas, por uma dessas mágicas que acontecem e transformam rapidamente uma coisa em outra, percebi o delicado espetáculo do sol, que em pequenos fragmentos de luz atravessavam as frestas da janela. Então, como quem ainda reconhece o lugar, caminhei pela penumbra e abri a janela. Havia tanta luz em meu quarto, que era possível visualizar até a mais minúscula partícula de pó suspensa no ar. E toda aquela luminosidade deu lugar a um calor gostoso e acolhedor, digno de desfrutar. Regressei a cama. Com movimentos lentos e ainda desordenados tentava me acomod

O início do fim.

Sou nascente,  veio d’água,  córrego quente deslizando, inundando,  por tênues caminhos corro,  onde agora fluem, vertem, vazam, gotejam, borrifam desde minha nascente,  onde memória é consolo, e supre minha sede, ao pensar os lugares desertos, por onde meus olhos não podem  e não querem mais navegar.   Através das janelas que se abriram nos últimos anos de minha vida, vi repetidas cenas onde nada acontecia. Indicio da rotina banal, da vigília insone diante do nada. Somente a repetição incessante dos dias. Vivi uma vida que se avolumava. Silenciei gritos que não soube vocalizar. Revolvi diariamente os escombros acumulados de todas as ausências sentidas e consentidas. Sofri em carne própria os cortes no tempo, e as mudanças abruptas de rotas.  Vivi uma vida que não era minha. Em casas que não eram minhas. Em cidades que não eram minhas.  Vivi dias estranhos. Vivi numa textura de limbo. Como se não fizesse parte de mim mesma. Como se um pedaço meu tivesse ficado no lugar anterior, e, o o

Peneirando meu deserto.

Segundo um ditado tuaregue, Deus criou o mundo com muita água, para que os homens pudessem viver, e os desertos, para que nele pudessem reconhecer a sua alma. O deserto, como um lugar aparentemente estéril, surge, então, como um imenso mar sem água. Durante muito tempo, peregrinei e palmilhei incansáveis quilômetros dessa areia fina e quente. Tudo era volumoso demais. Havia uma sensação permanente de vertigem. Era como se aquele vasto mar de areia, iluminado por um sólido céu protetor que, paradoxalmente, também era pano de fundo para a desintegração de todo meu ser, de pronto me lançasse num vazio infinito. O que gerava um medo terrificante e quase palpável de uma entidade imprecisa, mas onipresente. Peneirar meu deserto, aventura ao redor do eixo de mim mesma, apelo espiritual e contemplação silenciosa, revelou-se um bálsamo para as dores e angústias de grande parte de minha existência. E foi ali, naquele lugar digno e merecedor do meu respeito mais intenso, onde a areia é senhora de

Para minhas meninas.

Caroline, Sabrina, Gabriela, Giada e Sofia. Voem. Brinquem na imensidão. Sorriam e distraiam-se, sem motivo, sem razão. A vida conspira a favor de quem a ouve, não importando o que os outros digam ou não. A vida conspira a favor de quem se isenta de culpas e vive feliz. Honrar-se é um princípio divino. Por isso, amem-se e comprometam-se consigo mesmas. Sempre...  e q uando a vida te der sinais, sinta sua inspiração, use sua bússola interna como motivação, desenhe o mapa, arrume as malas, e vá...   Trace um caminho e pise-o bem.